A expulsão de Boateng, ainda não estavam cumpridos os primeiros 15 minutos de jogo, condicionou o jogo e a estratégia de jogo do Rio Ave Futebol Clube. A interpretação mecânica das leis de jogo não faz das decisões melhores só por si, porque o futebol é jogado por homens e não por máquinas. Esta é a essência do desporto. Resumir uma acção ou decisão a uma mera interpretação é retirar a si próprio a capacidade de avaliação, onde reside a qualidade que diferencia dos demais. A expulsão de Boateng é exagerada (é unânime) e obrigou a equipa a jogar, mais de 75 minutos, com um elemento a menos, mais ainda tratando-se de um jogador que desequilibra.
Mas será mais preocupante quando, com o decorrer do jogo, se verifica que as decisões não seguiram o mesmo critério. Dez minutos depois da expulsão de Boateng, por ter atingido o adversário com o braço no rosto, Ukra é atingido também por um braço no rosto. Não foi mostrado qualquer cartão ainda que o lance tenha sido mais próximo do mesmo auxiliar que indicou ao árbitro da partida a acção de Boateng.
MINUTO 23’33”
A dualidade de critérios nas decisões foi apenas mais evidente nos lances acima descritos, mas começou mais cedo. É difícil uma equipa tentar jogar ou inverter uma situação difícil quando é condicionada com a amostragem de cartões amarelos à primeira falta cometida. Nuno Lopes, Marcelo, Tarantini e Jebor (na primeira bola dividida minutos após entrar em campo) viram cartão amarelo. Onde está a dualidade de critérios? MINUTO 2’30” Zé Luis aborda o lance de forma perigosa sobre Prince… decisão? o gesto do arbitro descreve. Dez minutos mais tarde o gesto foi diferente para com Boateng.
Foram estes os lances referidos por Pedro Martins, no final do jogo, na Conferência de Imprensa. Dois exemplos que não visam retirar qualquer mérito à equipa adversária nem foram escolhidos para desculpar nada nem ninguém. Apenas para deixar, como evidência, a revolta de quem quer trabalhar, de quem acredita que fazê-lo de forma honesta e sincera, ainda, é a forma correcta de estar na vida. A vida não se faz de vitórias apenas e os objectivos do Rio Ave Futebol Clube não passam pela utopia de conquistar campeonatos e ser invencível. A vida faz-se de trabalho, árduo. É justo que se deixe trabalhar honestamente quem o pretende fazer. Mas também fica a garantia de que são adversidades destas que deixam os jogadores com uma certeza ainda maior: Temos orgulho no que somos e fazemos… e temos força para o provar.
Veja o video aqui: http://youtu.be/W-nqrJkqW-Q