RAFC – Qual é o balanço da época passada?
Nuno Espírito Santo – No início do ano havia a consciência de que tínhamos uma equipa nova, era preciso criar um plantel e a prova disto é que no primeiro jogo oficial, dos onze jogadores, 7 estavam a cumprir a primeira temporada no clube.
Isto aconteceu porque consideramos que tínhamos de ter juventude, mas ao mesmo tempo, era importante conciliá-la com a experiência de alguns jogadores que estavam cá para integrar os mais novos. Achamos que um clube tem uma cultura, que tem de se identificar com uma região e isso foi conseguido em pleno.
Existia também a necessidade de criar ativos no clube, ou seja, promover o espaço competitivo dos jogadores, desenvolver as suas capacidades e lança-los quando for a altura certa, prova disso foi a entrada do jogador mais jovem da história do Rio Ave, Rafael, na meia-final da Taça da Liga. Com o mesmo objetivo, após o fim da primeira volta, tínhamos 21 pontos, e decidimos que estava na altura de começar a integrar alguns juniores no nosso grupo de trabalho, juniores que agora estão connosco.
Finalizando, tivemos uma época muito boa a nível desportivo, obtivemos a melhor pontuação do clube em campeonatos com 16 equipas e lutamos pelo acesso à Liga Europa.
RAFC – O que é que transporta da época passada para esta?
Nuno Espírito Santo – Queremos manter a mesma cultura de clube, ideologia do projeto e filosofia de trabalho.
Para isso temos como prioridade assegurar a continuidade de alguns jogadores e depois é continuar com a mesma intensidade de trabalho. Os jogadores já estão identificados com os nossos processos, existe uma sintonia entre o que nós lhes pedimos e o que eles reproduzem.
Num primeiro ataque à próxima temporada queremos manter o envolvimento adquirido no ano passado, que terminamos com duas vitórias na Liga, que não podem ser estanques, mas sim sinónimo continuidade para este ano.
As ideias e os processos do ano passado têm de ser consumados este ano.
RAFC – Quanto à época que agora começa, de que forma é encara a pré temporada?
Nuno Espírito Santo – A primeira semana de exames médicos e avaliações físicas é fundamental para o trabalho, pois ditam o tipo de trabalho individualizado para cada jogador. Acreditamos muito neste tipo de trabalho, pois permite que cada atleta não perca quatro ou cinco dias, mas trabalhe sempre de acordo com as suas necessidades.
No âmbito geral a pré-temporada é encara como um ciclo de trabalho que termina na 1ª jornada do campeonato. Este ciclo é depois dividido em pequenos ciclos, passada a primeira semana, abordamos o primeiro ciclo de competição que termina no jogo com o Newcastle. É uma partida importante para nós pois já temos duas semanas de treino e a equipa já tem de apresentar algumas rotinas. Depois num segundo ciclo o Torneio da Póvoa e assim até ao final da pré-época.
Cada jogo marca um pequeno ciclo pensado de acordo com a evolução do trabalho dos jogadores.
RAFC – De que forma é lançada a próxima época?
Nuno Espírito Santo – A ambição que nos caracteriza, ao clube, à equipa técnica e aos jogadores é melhorar o que fizemos. A única promessa é de que vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para melhorar.
Queremos crescer de forma sustentável. Não colocamos metas, nem assumimos objetivos, vamos crescendo e avaliando.
RAFC – Quais são as primeiras reações ao sorteio?
Nuno Espírito Santo – Lembrando a questão dos ciclos de pré-época,encontramos agora o nosso primeiro grande objetivo, o Belenenses. É uma equipa que veio da segunda liga, mas que joga futebol de primeira, prova disso é o facto de ter garantido a subida cedo devido à boa classificação.