João da Silva Ribeiro Pontes, de 89 anos, antigo ponta direita das camadas jovens, é associado desde 1939, ano da fundação do Rio Ave, tinha na altura quinze anos de idade.
Antes de chegar ao emblema verde branco passou pelo Azurarense porque não havia outro clube. Aliás quando o Rio Ave se fundou, o Azurarense praticamente acabou, tendo ainda resistido durante mais um ou dois anos, tudo porque os jogadores se transferiram para o Rio Ave que era presidido por Dario Valongueiro.
Era um homem cheio de iniciativa, fez coisas maravilhosas aqui na nossa terra conta João Pontes.
Das muitas histórias vividas e contadas na primeira pessoa, o sócio nº 1 do Rio Ave recorda com particular saudade o dia do seu casamento que terminou com uma ida ao futebol. No entanto, não se tratava de um jogo qualquer.
Foi num domingo chuvoso de 1946 que João Pontes oficializou a ligação à sua mulher de sempre, mas a paixão pelo Rio Ave falou mais alto e logo após a cerimónia religiosa e o almoço com os convidados partiu em direção ao Campo da Avenida.
A minha mulher só foi ver um jogo comigo, ela nem gostava de ver futebol, mas no dia do nosso casamento fomos ver o Rio Ave Varzim. A minha lua-de-mel foi ver o jogo, já não me lembro do resultado, mas recordo-me que nesse dia chovia, nunca mais me esqueci, recordou João Pontes.
Praticamente desde a altura em que o Rio Ave começou a pensar construir o velhinho Campo da Avenida que o sócio nº 1 está ligado ao clube.
Entre o extenso repositório sobre a vida do emblema verde branco, destacam-se inúmeras fotografias e recortes de jornais e revistas dos momentos mais marcantes, nomeadamente a fotografia do almoço após a conquista do primeiro título nacional do Rio Ave, o Campeonato Nacional da 3ª divisão em 1976-1977.
A idade já não deixa João Pontes sair de casa para assistir aos jogos do Rio Ave, mas o sócio nº 1 continua a sofrer da mesma forma com o clube do seu coração.