Evandro, que ficou conhecido como o «herói da Feira», por ter marcado o golo do empate diante do Feirense, no jogo que permitiu ao Rio Ave a última subida à primeira liga, está de regresso a Vila do Conde.
Depois de três anos no Brasil, para onde voltou após o final da carreira, o antigo avançado do Rio Ave decidiu regressar a Portugal para matar saudades e, quem sabe, preparar o regresso definitivo à princesa do Ave.
Evandro Carlos Escardalete de 39 anos (nasceu a 12 de fevereiro de 1974 em Mogi Guaçu – São Paulo) chegou ao Rio Ave em 2000-2001 tendo alinhado com a camisola numero 4 até à temporada 2009-2010. Ao todo foram dez épocas com o emblema da caravela ao peito.
Dez anos é uma vida inteira e dez anos tem muita coisa para contar, é difícil separar momentos que eu possa falar de mais marcantes. O mais marcante de todos é aquele em Santa Maria da Feira porque já é o final do jogo, a gente já tinha falhado a subida no ano anterior, e faltavam cinco minutos para terminar o jogo. Acho que esse foi o momento que mais me marcou. Durante esses dez anos que passei no Rio Ave até dá para escrever um livro com tantas histórias, sublinhou Evandro.
A goleada imposta ao Sporting por 4-0, em 20 de março de 2004, na 27ª jornada da temporada 2003-2004, com dois golos apontados por Evandro, foi outro dos momentos altos do ex-atacante brasileiro na sua carreira ao serviço do Rio Ave.
Teve vários jogos que também foram marcantes, lembro-me do jogo contra o Sporting em que marquei dois golos e ganhamos por 4-0, naquela altura era muito difícil uma equipa pequena golear uma grande. Acho que foi um jogo inesquecível pelas circunstâncias como correu o jogo, foram quatro mas poderiam ter sido sete golos, recordou o antigo avançado.
Evandro, que chegou ao Rio Ave por empréstimo, acabou por cumprir dez temporadas no emblema «verde-branco». Marcou 76 golos, participou em duas subidas à Primeira Liga e conquistou um título de campeão nacional da Segunda Liga em 2002-2003.
No entanto, não é só no campo desportivo que o antigo avançado do Rio Ave guarda boas recordações, pois também a nível pessoal e familiar são muitos os laços que o unem a Vila do Conde como nos fez questão de relatar: Ainda hoje eu brinco com a minha mulher porque a gente chegou aqui em 2000 com uma mala de roupa cada um e, passados dez anos, fomos embora com montes de malas, caixas e dois filhos que nasceram aqui em Vila do Conde. Eles são cidadãos portugueses e eles se sentem mais portugueses que brasileiros. Foram excecionais os dez anos que passei cá e por isso é que eu voltei, foi uma vida que só me trouxe alegrias aqui e é aqui que eu quero estar com a minha família.