Fatídicos 26 centímetros derrotaram o Rio Ave FC

Sabemos todos, e o Rio Ave FC tem disso sido apologista, que o futebol se quer moderno e preparado para responder à exigência do desafio que é a busca pela perfeição e, no caso, pela minimização do erro. Mas estará o nosso futebol, e concretamente a recente tecnologia do vídeo-árbitro (VAR), preparada para atuar sem margem de erro? Estarão os meios à disposição das diferentes equipas de arbitragem assim tão capazes de permitir decisões suportadas em 6 centímetros de fora-de-jogo? Ou de frames que possam, com 100% de eficácia, determinar em que momento é pontapeada uma bola?

Levantam-se legítimas dúvidas e suscitam-se pertinentes reflexões depois dos dois golos anulados ao Rio Ave FC, na partida da 15ª jornada da Liga NOS, diante do CS Marítimo, disputada este domingo.

Na realidade, o que efectivamente conta após mais uma ronda de campeonato, é que o CS Marítimo venceu o Rio Ave FC, com um golo de grande penalidade aos 82 minutos, após um jogo em que os rioavistas de tudo fizeram e construíram para saírem mais felizes.

Começou cedo (2 minutos) a luta do Rio Ave FC em adiantar-se no marcador. Mehdi viu, com infelicidade, um cabeceamento ao segundo poste ser travado pela barra.

Nuno Santos e Lucas Piazon iam sendo os principais motores da equipa na construção de oportunidades e Mehdi, aos 20′, voltou a beneficiar disso mas chegou atrasado para um desvio que parecia destinado a golo.

Aos 25′, momento triste para Ronan, que se estreava a titular no campeonato. O avançado vilacondense saiu lesionado com queixas na coxa esquerda. Entrou Bruno Moreira.

Lucas Piazon visou a baliza do Marítimo aos 28, com um remate potente, mas tinha reservado para dois minutos mais tarde um dos momentos do jogo. Numa jogada que o próprio médio brasileiro iniciou, a tabela com Bruno Moreira parecia prometedora e assim foi. Golaço de chapéu ao guardião insular. Jogada fantástica, mas rapidamente assombrada pela crueldade do VAR: 20 centímetros de fora-de-jogo para Bruno Moreira. Ninguém diria.

O lance marcou uma viragem no jogo, até aí dominado pelos rioavistas com qualidade de jogo acima da média e construção regular de lances de perigo. Tornou-se mais pasteloso, combativo, com muitas faltas e perdas de bola de parte a parte.

E foi precisamente no centro dessa amorfia que se levantou o Marítimo para chegar ao golo. Diego Lopes foi imprudente e agarrou um contrário dentro da área de rigor. Grande penalidade para os insulares aproveitarem, via Getterson, para chegarem ao 0-1.

Resposta pronta do Rio Ave FC e empate aos 88 minutos!! Tarantini assistiu Bruno Moreira e este só teve de encostar para o 1-1. E agora? O VAR vai surpreender-nos com a sua tremenda eficácia? Vai! 6 centímetros. 6 centímetros em fora-de-jogo estava Tarantini.

Cruel, no mínimo!

Obrigado aos adeptos rioavistas por terem percebido e compreendido, no decorrer e após o jogo, que a equipa tudo fez para o vencer. Unidos conseguiremos e vamos ser muito felizes.

Sexta-feira o Rio Ave FC defronta o Santa Clara na 16ª jornada, nos Açores, e duma coisa não haverá dúvidas: o VAR não precisa de margem de erro nas linhas de fora-de-jogo. Acertará sempre!

 

Jogo no Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde
Árbitro: Manuel Oliveira
Ao intervalo: 0-0
Marcador: Getterson (82 de g.p.)
Acção disciplinar: cartão amarelo a Bambock (45+2), R. Ferreira (45+3), Correa (46), Matheus Reis (66), Vukovic (67) e Erivaldo (90+2).

Rio Ave FC 0
Kieszek, Diogo Figueiras, Borevkovic, Santos, Matheus Reis, Tarantini, Diego Lopes, Lucas Piazon, Nuno Santos, Mehdi Taremi e Ronan
Substituições: Ronan por Bruno Moreira (26) e Tarantini por Joca (90+1).
Suplentes não utilizados: Paulo Vítor, Nelson Monte, Vitó, Pedro Amaral e Gabrielzinho
Treinador: Carlos Carvalhal

CS Marítimo 1
Abedzadeh, Bebeto, Zainadine, Correa, R. Pinho, Getterson, R. Ferreira, Bambock, René Santos, Nanu e Vukovic
Substituições: Correa por Erivaldo (59), R. Pinho por E. Costa (67) e Nanu por Marcelinho (90+1).
Suplentes não utilizados: Charles, D. Grolli, F. China e Pelágio.
Treinador: José Gomes