Não foi avassalador, não foi asfixiante, não foi um ‘amasso’. Mas que o Rio Ave FC merecia a vitória neste jogo, merecia.
Mérito ao Belenenses, pela forma como defendeu e soube fechar praticamente todas as linhas aos rioavistas. Mérito ao Rio Ave FC pela forma como nunca perdeu a sua identidade e padrão de jogo, na tentativa de chegar ao golo. Perdeu o jogo e o espectáculo, é certo, pois só teve uma equipa mais aberta no jogo e com volume ofensivo que justificasse o golo.
Com a dificuldade de quem encontra pouco espaço livre para ocupar, o ataque vilacondense foi ameaçando a baliza de André Moreira com aproximações perigosas que tiveram no remate de Mehdi (30′) momento alto na primeira parte. Diogo Figueiras assistiu o iraniano que rematou rasteiro à figura do guardião lisboeta.
Na segunda parte, Carvalhal sentiu a equipa a precisar de algo novo no meio-campo e fez entrar Gelson Dala para o lugar de Tarantini. O capitão do Rio Ave FC teve hoje missão diferenciada já que ocupou o lugar mais avançado do meio-campo, habitualmente ocupado por Diego Lopes (lesionado em vésperas do jogo com ligeiro problema muscular numa coxa).
A equipa soltou-se e aos 63 minutos esteve bem perto do 1-0. Gelson Dala pela esquerda atirou cruzado, a bola prensada num contrário evitou o desvio matador de Santos, no coração da pequena área. Calafrio para a defesa do Belenenses.
Aos 64 minutos, Al Musrati saiu lesionado para a entrada de Leandro. O jovem médio, da equipa de Sub-23, tem estado a treinar com a equipa principal do Rio Ave FC e mereceu a confiança de Carlos Carvalhal.
82 minutos, grande oportunidade para o Rio Ave FC. Gelson Dala, assistido por Bruno Moreira, atirou a contar mas André Moreira fez a defesa da noite com uma estirada para canto.
O jogo encaminhava-se para o final até que aos 86 minutos a bola entrou mesmo na baliza forasteira. Grande combinação entre Diogo Figueiras e Bruno Moreira que terminou com o defesa rioavista, num toque de belo efeito, a bater André Moreira e a deixar em delírio as bancadas de Vila do Conde. O suspense apoderou-se rapidamente do estádio. Jorge Sousa, o árbitro do encontro, assinalou que o VAR ia fazer uso das linhas para decifrar fora-de-jogo. Dito e feito. Foram descobertos 33 centímetros a Bruno Moreira e o golo foi invalidado. A tecnologia voltou a ser cruel com o Rio Ave FC.
Empate sem golos em Vila do Conde, injusto para um Rio Ave FC que teve as únicas oportunidades do jogo e merecia outro desfecho.
O dia ficou marcado pela renovação de contrato do capitão Tarantini mas também pela evocação dos 400 jogos do número 8 com a caravela ao peito. Justíssima homenagem a um Homem que é verdadeira referência, exemplo e liderança no balneário rioavista.
A Liga NOS prossegue já no próximo sábado com a deslocação do Rio Ave FC ao Estádio do Dragão, onde defrontará o FC Porto.
Jogo no Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde
Árbitro: Jorge Sousa
Acção disciplinar: cartão amarelo a Filipe Augusto (49), Pina (68), Danny (72), André Moreira (84), Matheus Reis (85), Nuno Santos (90+2) e Matias (90+4).
Rio Ave FC 0
Kieszek, Diogo Figueiras, Toni Borevkovic, Santos, Matheus Reis, Nuno Santos, Al Musrati, Filipe Augusto, Tarantini, Carlos Mané e Mehdi Taremi
Substituições: Tarantini por Gelson Dala (56), Al Musrati por Leandro (64) e Carlos Mané por Bruno Moreira (75).
Suplentes não utilizados: Paulo Vítor, Nélson Monte, Pedro Amaral e Junio Rocha.
Treinador: Carlos Carvalhal
Belenenses SAD 0
André Moreira, Licá, Esgaio, Varela, Phete, Nilton, André Santos, A.Chima, Cassierra, Pina e Danny
Substituições: Varela por Matias (67), Cassierra por Keita (76) e Licá por Ruben Lima (90+1)
Suplentes não utilizados: Filipe Mendes, Chano, Dieguinho e Luis Silva.
Treinador: Petit