Rio Ave de Salto Alto: Renata Martins

RAFC – Fora do Rio Ave quem é a Renata Martins?

RM – Uma mulher normal! Tenho 38 anos de idade, nasci, cresci e vivi até casar na zona antiga da cidade de Vila do Conde, mais propriamente na Rua da Fraga, sendo que atualmente resido na Freguesia de Macieira. Tenho uma filha de 10 anos que é, sem qualquer dúvida, o meu maior orgulho e a maior bênção que Deus me deu.

Profissionalmente sou  assessora na Câmara Municipal para a área jurídica, sendo advogada e empenhando-me em dignificar a profissão com um desempenho correto e leal.

 

RAFC – Que ligação tem com o desporto?

RM – Gosto muito de desporto, mas, reconheço-o, sou preguiçosa para a prática desportiva, limitando-me, o que me dá imenso prazer, a caminhar junto à marginal da nossa cidade.

 

RAFC – Como surge a ligação ao Clube?

RM – Nasci numa família(Alfredo, Paquito, Luís Saura e André Saura são meus primos) em que sempre foi quase obrigatório ser-se, logo após o nascimento,  sócia de várias Associações vilacondenses, mas principalmente do Rio Ave FC. Portanto, a minha ligação ao Clube começou realmente após o berço. Ainda criança, acompanhava o meu pai aos jogos do Rio Ave FC.

Logo, o Rio Ave FC é algo que sempre fez parte da minha vida, com a atividade do Clube a ser vivida intensamente por toda a família e os seus resultados a influenciarem diretamente o “estado de alma” de todos nós!

Assim sendo, quando surgiu o convite por parte do Eng. Mário Almeida para fazer parte da Mesa da Assembleia Geral do Rio Ave FC, há oito anos atrás, aceitei-o com felicidade e grande orgulho, por tal me permitir servir o meu Clube e de quem tanto gosto.

Posteriormente, fui Secretária – Geral, a convite do Sr. António Campos, cargo que exerci com gôsto e que constatei ser muito absorvente, tendo em conta as limitações de tempo que tinha e tenho.

Atualmente, sou novamente 2ª Secretária da Assembleia – Geral do Rio Ave FC, lugar que continuo a desenvolver com todo o empenho estando sempre disponível para as tarefas em que se considere eu  possa ser útil.

 

RAFC – Foi uma das primeiras mulheres na direção do Rio Ave FV. Isso criou algum impacto?

 

RM – É óbvio que não, nem havia razão para tal. O Futebol é um mundo, essencialmente, de homens, mas a realidade já não é o que era antigamente. Efetivamente, existem aí cada vez mais mulheres, como em todas as outras áreas, consequência de se terem vindo a impor pelas suas características próprias e pelas suas qualidades profissionais,  o que é complementar à relevante ação dos homens.

Assim, julgo que o Rio Ave FC deve continuar a procurar trazer  para os seus órgãos sociais e para o seu quadro de pessoal homens e mulheres que possam ser considerados uma mais valia para o nosso Clube, como tem acontecido com as que aí têm estado.

 

RAFC – Que episódios da vida do clube a marcaram, enquanto dirigente e sócia?

RM – A final da Taça de Portugal, na época 1983/84, disputada com o FCPorto no Jamor, em que naturalmente  perdemos por 4×1, e o jogo frente ao Feirense, em Santa Maria da Feira no final da época 2007/2008, em que empatamos com um oportuno golo de Evandro, quase  a terminar e que permitiu que ascendêssemos, justamente e mais uma vez, e parece que para ficar, ao escalão maior do futebol português. Foram momentos vividos por mim e pelos meus com invulgar intensidade. No final do jogo não conseguia parar de chorar, tal era a alegria e o sentimento de que se tinha feito justiça, já que, após tanto sofrimento, tínhamos conseguido o nosso objetivo.

 

RAFC – O que mudou no Rio Ave FC desde a sua entrada?

RM – O Rio Ave sempre foi grande, todavia, tende a ser cada vez maior! O Rio Ave FC é hoje uma referência no futebol português, respeitado por todos os outros clubes e pelas diversas entidades desportivas, afirmando-se como um clube cumpridor das suas obrigações nos planos fiscal e da segurança social,  com os seus profissionais e fornecedores, em resultado  de ter as suas contas equilibradas.

Nestes últimos anos, o Clube tem vindo a beneficiar muito as suas instalações, visando assim criar melhores condições para a prática do futebol, com áreas de relvados sintéticos destinadas às camadas jovens e espaços complementares para os atletas, perspetivando-se obras de grande vulto no estádio, o que se refletirá em boas condições para a equipa principal e também para as camadas jovens.

 

RAFC – Está ligada ao Rio Ave há alguns anos, como projeta o futuro do Clube?

RM – Só tenho motivos para me sentir genuinamente confiante no futuro do nosso Clube. Hoje somos reconhecidos como um Clube da 1ª Divisão Nacional, temos as equipas das camadas jovens  nos Nacionais, com muito valor e a demonstrar as potencialidades dessas nossas promessas e o acerto de todos quantos estão envolvidos na formação, bem como um trabalho valioso e em  crescendo  na modalidade do futsal.

Por tudo isso, e por muito mais que poderia ser referido, estou plenamente convicta que o Rio Ave FC terá um honroso futuro que em nada desmerecerá dos gloriosos passado e presente.