Tarantini e Costinha: 1 ano de saudade que não desaparece

Tarantini e Costinha, em entrevista à Lusa, no rescaldo de um ano sem público nas bancadas reflectiram sobre a falta que os adeptos fazem ao espetáculo do futebol. Os dois atletas do Rio Ave FC, em momentos díspares das suas carreiras, encontram-se na saudade de sentir o calor do apoio dos sócios e adeptos do clube.

O capitão admite que ainda não se habituou à ideia e que ainda hoje se sente desconfortável a entrar nos recintos desportivos despidos de gente. Em 20 anos de carreira, nunca pensou “que tal fosse possível” e garante que “por mais vezes que aconteça, não dá para habituar”.

Tarantini não tem dúvidas de que o futebol sem adeptos não faz sentido, “e com o tempo até nos vamos questionando para quê e por quem estamos a jogar. Espero que os responsáveis do nosso futebol pensem no futuro, percebam que depois de grandes crises também vêm grandes oportunidades e que devemos melhorar a relação com os adeptos”, frisou o médio rioavista.

Do panorama geral para o circunscrito, Tarantini aborda a questão a partir de dentro e recorda que no caso do Rio Ave FC, “o clube vinha a crescer no número de adeptos e na formação e esta pandemia veio tirar muitos jovens e respetivas famílias, do futebol. Temo que seja difícil recuperar”, confessou.

O jovem Costinha junta-se ao capitão, partilhando da mesma opinião, até porque o momento da sua estreia na I Liga ficou também marcado pela ausência de apoio nas bancadas. “Desde pequeno sonhava em jogar nos principais estádios nacionais e sentir aquele ambiente da I Liga, mas agora que o consegui é um aperto não ouvir ninguém. Não é o que desejava”, partilhou o jovem defesa.

Costinha afirma convictamente que o incentivo, o apoio e a pressão que vêm dos adeptos influência também o rendimento de uma equipa dentro de campo. “Nos momentos difíceis conseguimos dar um pouco mais de nós com o apoio vindo das bancadas. Aquele incentivo e também pressão faz a diferença quando temos de manter ou ir buscar determinado resultado. Sem esse incentivo fica por vezes mais difícil, sobretudo para os mais jovens”, concluiu o internacional sub-20, que espera que a situação possa mudar brevemente.

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