Derrota num terreno impraticável e impensável

 

A história do jogo começa ainda antes do início da partida. Antes de apito do arbitro ter dado ordem para se jogar, ou tentar jogar no estádio dos Barreiros.

O Rio Ave FC estava já de sobreaviso sobre as péssimas condições de um recinto que já motivara reparos e queixas de outras equipas. Mas nem estas vozes alertaram o suficiente para que se evitasse encontrar o que se encontrou.

O Marítimo tem tido problemas sérios com o seu relvado e tem feito um esforço para os resolver, mas a verdade é que não conseguiu ainda e que defende um futebol espectáculo não devia permitir que ali se jogasse.

Por isso, a história do jogo começa com uma decisão de permitir que os jogadores tentassem praticar futebol naquele terreno sem relva e com lama escorregadia.

Durante 90 minutos os jogadores preocupavam-se mais em manter o equilíbrio e não por a sua integridade física e a dos outros em causa.

Ainda assim, antes da meia hora, Geraldes, numa discussão de bola onde escorrega na lama e acaba por atingir o adversário vê ser-lhe dada ordem de expulsão. Cinco minutos antes Marcelo tinha sofrido falta semelhante, mas o critério não foi uniforme. Aliás, de parte a parte, outras situações semelhantes existiram, fruto do péssimo estado do terreno, mas o critério só incidiu naquele lance que deixou o Rio Ave FC reduzido a 10 unidades.

O arbitro, Bruno Esteves, depois de consultado o VAR, Bruno Paixão, considerou que Francisco Geraldes deveria ser admoestado com o vermelho directo, mesmo que antes do jogo tivesse ficado sublinhado que o estado do terreno iria potenciar lances destes involuntários.

Estoicamente o Rio Ave deixou uma demonstração da sua qualidade e persistência, tentando jogar no local impensável e concretizar o seu plano.

O adversário, adaptado ao seu terreno, optando por um estilo propicio ás condições, só conseguiu o golo nos descontos, com um lance que supostamente nasce de uma situação irregular de fora de jogo, sem que o arbitro ou o VAR tivesse duvidas e fosse necessária a sua análise.

O Rio Ave FC sofreu a primeira derrota no campeonato, dura de suportar, mas que serve apenas para fortalecer mais um grupo que se orgulha do que faz em campo, pela qualidade e sobretudo pelo espirito de entrega.

Destaque ainda para a estreia (excelente) de Leandrinho em jogos oficiais, titular neste jogo, depois do calvário de uma lesão que lhe “roubou” duas épocas de competição.