“O QUE QUEREMOS PARA O NOSSO FUTURO?”

 

No Jantar de aniversário do Rio Ave FC, que reuniu mais de 600 pessoas, entre convidados, atletas, funcionários, colaboradores e sócios, o presidente da Direcção, António da Silva Campos, deixou, no seu discurso, um desafio para os sócios.

Face ao passado e ao presente do Clube, o momento será de reflectir sobre aquilo que espera o Rio Ave FC…. o futuro que nos espera.

Os sócios são convidados a pensarem sobre o que querem e como querem que seja esse futuro.

Uma preocupação e questão partilhada pelo presidente da Assembleia Geral. Ambos abordaram a possibilidade de uma SAD como resposta necessidade de evolução. Ambos defendem uma abordagem consciente ao dossier e uma analise exaustiva, garantindo que a decisão será dos sócios.

O JANTAR DE ANIVERSÁRIO CONTOU COM A PRESENÇA DO PRESIDENTE DA LIGA, DR. PEDRO PROENÇA, DO VICE PRESIDENTE DA FPF, JOÃO PINTO, DO PRESIDENTE DA AFP, DR. LOURENÇO PINTO, DA PRESIDENTE DA CMVC, DRª ELISA FERRAZ, BEM COMO OUTRAS ENTIDADES E PERSONALIDADES.

 

DISCURSO DO PRESIDENTE ANTÓNIO CAMPOS

 

Em nome do Rio Ave,    agradeço a vossa presença neste momento solene, em que celebramos 78 anos de vida.

Estamos quase a encerrar mais uma época desportiva e uma página da nossa história, sem que deixemos de olhar sempre para mais além e sem desistir de qualquer objectivo até ao ultimo segundo.

Independentemente do aproveitamento desportivo, para trás, fica mais um ano em que nos devemos orgulhar de tudo o que fomos e fizemos.

Apostamos numa imagem diferente.

 E com isso desenvolvemos a decoração do espaço comercial e mais recente  a inauguração da nova loja nas Caxinas, indo ao encontro dos pedidos dos nossos sócios, proporcionando-lhes mais proximidade.

Na envolvente do estádio procuramos melhorar as condições, criando novos espaços de trabalho para a imprensa e na circulação das pessoas.

O nosso estádio ganhou uma fachada melhorada com a decoração que fizemos.

Tivemos um acréscimo muito importante nas infraestruturas do Clube ao apostarmos num relvado natural para treino.

Um espaço que era fundamental para o trabalho diário da equipa principal, mas também para a nossa formação.

Ao dispormos deste espaço, estamos a criar melhores condições e a oferecer aos nossos atletas e treinadores um nível de maior conforto e mais qualidade.

Com este relvado, veio também uma aposta na melhoria das infraestruturas do espaço envolvente.

Naquele espaço queremos ver nascer mais infraestruturas desportivas que são necessárias.

Queremos ter mais campos de treino e prevemos e queremos que a nossa academia da formação seja uma realidade.

O passo que queremos dar em frente irá significar o futuro do Rio Ave.

É urgente que que as condições de trabalho sejam melhoradas e que estes projectos e sonhos passem do papel à realidade.

Estamos a falar da nossa sustentabilidade e crescimento.

É, por tudo isto, altura de parar e reflectir:

O QUE QUEREMOS PARA O NOSSO FUTURO?

Este é um momento para refletirmos juntos.

No passado os desafios eram menores e a exigência também.

No presente, os clubes estruturaram-se, profissionalizaram-se e prepararam-se para fazer face ao futuro.

Desportivamente atingimos patamares nunca antes alcançados, de uma forma sustentada.

O nosso sucesso não foi fugaz e após a ida à final da taça da Liga, fomos ao Jamor e depois à Liga Europa.

Repetimos a ida à Liga Europa e consolidamo-nos como um clube de primeira Primeira Liga.

No entanto, o caminho é árduo.

Deparamo-nos com uma realidade absolutamente nova à qual não podemos ficar indiferentes e sem reacção.

 Hoje, o futebol é altamente competitivo e agressivo.

Longe vão os tempos em  que o suporte dos clubes assentava no apoio das câmaras municipais,  e nos mecenas da terra.

Hoje, o futebol,   vive das transferências de activos, do aproveitamento desportivo e de direitos televisivos.

Quero,  neste aniversario,  lançar o desafio a todos, para quando saírem daqui, pensarem o que é o clube e a sua dimensão actual.

Pensarem  em como cada um poderá ser uma parte da solução.

Pensarem em como encontrar soluções para mantermos a grandeza e o esplendor do momento que estamos a viver.

O caminho que queremos trilhar é o do sucesso e da vitória, pois só assim conseguimos o retorno para sermos sustentáveis.

Temos obra feita mas queremos mais.

Move-nos esta ambição e a certeza de que somos capazes.

Queremos dotar o nosso clube de um estádio moderno para vos receber.

Para poderem mostrar que esta é a vossa casa,    com o orgulho de ser Rioavista.

Queremos concluir a nossa academia e criar uma verdadeira fabrica de talentos.

Que esta possa alimentar a nossa equipa de futebol profissional com valores de excelência.

Ao nível da formação, hoje,    deparamo-nos com a dificuldade de oferecer boas condições para o desenvolvimento dos jovens, mas também para os manter nos nossos quadros.

Queremos fazer uma equipa B, com o objetivo de reforçar a nossa aposta na formação.

Actualmente esta ausência torna seu processo de formação incompleto.

Todos estes desafios necessitam de investimento e para nós, A EXISTÊNCIA DE INVESTIMENTO SIGNIFICA TAMBÉM QUE OS DIREITOS DOS NOSSOS SÓCIOS E O SEU PATRIMÓNIO  SE MANTERÃO INTACTOS.

No futebol profissional,   assistimos a uma realidade completamente diferente da do passado.

A gestão do futebol é cada vez mais profissional.

Passamos de simples Clube de voluntários corajosos e disponíveis para uma gestão rigorosa e profissional.

Foi necessário adaptarmos a nossa forma de trabalhar para não ficar para trás.

Obrigatoriamente foram criadas as SDUQ e as SAD.

Mas para o futuro mais próximo,    esta evolução é ainda maior.

Na próxima época teremos 15 SAD’s e 3 SDUQ’s.

Todos estes Clubes, maioritariamente as SAD’s terão investimentos ou “injecções” significativas de capital.

O que nos espera perante tudo isto se não acompanharmos esta evolução?

Que desafios teremos de enfrentar?

NA FORMAÇAO:

  • Incapacidade para segurar os jovens valores;
  • Incapacidade para acompanhar os contratos de formação remunerados em prática nas outras sociedades desportivas
  • Incapacidade para melhorar o parque desportivo e criar melhores condições para trabalhar um verdadeiro viveiro de Jogadores;
  • Falta de uma equipa de transição entre a formação e a equipa A;

E o que nos pode acontecer ou que problemas teremos de enfrentar no escalão máximo?

  • Com a entrada em vigor da proibição da partilha dos passes onde foram proibidas as terceiras partes, neste caso Agentes e Fundos de Investimento, ficamos impossibilitados na aquisição de Jogadores.

Uma casa que encha de orgulho os nossos sócios.

SE QUEREMOS CONTINUAR A CRESCER TEMOS DE OPTAR E ENFRENTAR COM CORAGEM OS DESAFIOS:

A decisão será sempre dos sócios.

O caminho será escolhido pelo sócio e o interesse e estatuto deste estará sempre salvaguardado e em primeiro lugar.

Esta Direcção,    face às novas realidades,      equacionando a transformação de SDUQ em SAD garante, que em sintonia com o presidente da Assembleia Geral, está a estudar cuidadosamente um dossier,   para apresentar aos sócios a solução que melhor salvaguarde os interesses do Clube e seus associados.

Neste momento de confraternização,     agradeço mais uma vez a vossa presença, todo o apoio dos meus colegas de Direcção, de todos os treinadores e atletas, de todos os colaboradores e sócios.

Agradeço toda a colaboração e apoio do Engº Mário de Almeida nesta caminhada realizada em prole do Rio Ave.

Viva o Rio Ave.