Aveirense Rui Pinto, o 13º presidente da história do Rio Ave

Rui José Branco Pinto nasceu em Aveiro, a 26 de julho 1931 (82 anos), mas veio viver para Vila do Conde em 1957.

Delegado contrato pelos laboratórios para fazer prospeção para os médicos, abandonou Lisboa onde vivia com os pais para se fixar na delegação do Porto.

Mais tarde arranjou emprego numa fábrica de acabamentos têxteis, no Carvalhido, onde esteve durante um ano.

Em 1957 acabaria por se casar com uma sobrinha do novo proprietário da Balfar, uma fábrica têxtil situada junto à estação da CP em Vila do Conde.

Depois de ter contraído matrimónio foi viver para a freguesia de Mindelo, curiosamente na rua Cidade de Aveiro, nome da sua cidade natal.

“Aí começou o meu solário em Vila do Conde”, confidenciou Rui Pinto.

Após muitos anos a residir na princesa do Ave surgiu o convite para ser presidente do Rio Ave.

“Na altura em que me fizeram o desafio para presidir o Rio Ave eu já era administrador da Balfar, aceitei o convite muito a custo pois o meu tempo não era muito. Comecei por querer endireitar as coisas, as dividas que ficaram. O Júlio Félix também fazia parte da minha direção, começamos muito devagar “.

O Rio Ave disputava naquela altura, na temporada 1972-1973, o campeonato distrital.

Rui Pinto conta que “lembro-me do Lima Pereira que se transferiu dos juniores do Varzim e esteve aqui no Rio Ave e depois foi para o FC Porto. O Guimarães que veio do Riopele e que era bom jogador, e o Duarte Sá. Eram muito jeitosos. Havia também o Garrincha que se driblava a ele próprio, mas era muito jeitosinho. O Lima Pereira ganhava no Rio Ave 350 escudos e depois passou para 500 escudos quando o Rio Ave começou a subir um bocado”.

Mais tarde diz ter comprado à União de Leira o atleta Jorge Alves, sobrinho de João Alves.

“A transferência custou-me a mim nessa altura 34 contos, era muito bom jogador com sentido de posicionamento brilhante. Acabou por se ir embora porque alguém se esqueceu de o inscrever”, lamenta.

Embora tenha presidido a direção do Rio Ave apenas durante uma época, entre 1972 e 1973, Rui Pinto sublinha que “orgulho-me de ter feito parte da história do Rio Ave pois foi um clube que aprendi a gostar. Eu era do Beira Mar, porque sou natural de Aveiro, e nessa altura o Rio Ave não me dizia nada, no entanto passei a gostar do Rio Ave”.

O antecessor de José Oliveira recorda o episódio da sua saída do Rio Ave:

“Na última assembleia, realizada no Círculo Católico de Operários em 1973, o Rio Ave já estava um pouco mais em cima em termos de campeonato. A certa altura levantou-se um senhor a dizer que queria ver o Rio Ave na primeira divisão e aquilo custou-me um bocado porque eu sempre fui mal entendido e um mal desejado. Levantei-me e disse-lhe para se sentar no meu lugar e abandonei imediatamente a presidência do Rio Ave. O presidente da Assembleia-geral na altura era o Orlando Taipa a quem pedi licença para sair”, desabafou.