Recordar as origens quase 75 anos depois…

Reza a história que o Rio Ave terá nascido numa barbearia, situada junto à capela de São Bento, propriedade do sócio-fundador José Maria Amaro, conhecido então por “Zé Tapioca”.

Foi naquele local, onde decorriam as tertúlias sobre o Clube, que um grupo de vilacondenses, constituído por José Maria Amaro, João Saraiva Dias, Ernesto Espírito Santo Braga, Albino Cunha e João Raposo, decidiu criar o Rio Ave.

A escolha do nome terá sido a principal dificuldade, uma vez que para além de Rio Ave Futebol Clube foram também a votos os nomes “Vilacondense Futebol Clube” e “Vila do Conde Sport Club”.

O primeiro presidente da direção foi João Resende dos Santos (1939-1940) seguido de João Raposo (1940-1941), pai de Luís Raposo que durante longos anos foi secretário-técnico do clube.

Durante cerca de um ano, os jogadores do Rio Ave treinaram no “velódromo”, campo localizado nas traseiras da Capela da Senhora do Desterro.

Cândido Fontes, João Machado, Rodrigo Almeida, José do Egito, Carlos Carneiro e Francisco Ceia foram alguns dos elementos da primeira equipa de futebol do Rio Ave que se estreou a 6 de maio de 1939, em Beiriz, na Póvoa de Varzim.

Só em 29 de janeiro de 1940 é que surgiu o primeiro estádio do clube, designado de “Campo da Avenida”, num terreno alugado a Antonino Reis e onde se encontra atualmente uma placa alusiva à sua inauguração.

Estiveram presentes na cerimónia o FC Porto, Leixões e Varzim (veteranos). No primeiro jogo o FC Porto perdeu por 2-0 com a formação de Matosinhos enquanto os vizinhos Rio Ave e Varzim empataram a zero. A taça acabaria por ser entregue à equipa poveira.

Os primeiros campeonatos do Rio Ave foram disputados na época 1940-1941 não tendo conseguido alcançar o título de campeão promocionário, objetivo atingido na temporada seguinte.

Na época imediata, 1942-1943, o Rio Ave conquistou o título de campeão da III Divisão da Associação de Futebol do Porto.

Curioso o facto de em 1941 já existir uma claque do Rio Ave e que se denominava, em homenagem aos jogadores, «Diabos Verdes».