A difícil tarefa de furar a muralha

Quando ao minuto 4 do desafio da 24ª jornada do campeonato, o guarda-redes Kritciuk, do Belenenses, viu o vermelho direto ao travar o isolado Rafael Camacho, pensar-se-ia que estavam abertas as portas para um jogo mais fácil para o Rio Ave FC.

Errado. Jogando com menos uma unidade, Petit tirou um avançado para meter o guarda-redes suplente e cerrou fileiras no último terço da equipa lisboeta, fechando os caminhos da baliza aos homens de Miguel Cardoso.

Tónica que o tempo não desfez, nem com as várias mexidas no onze e na estratégia dos rioavistas.

Ao longo do primeiro tempo, inteiramente dominado pela formação verde e branca, somaram-se alguns remates, sendo o mais perigoso o de Filipe Augusto, após passe atrasado de Sávio. O ‘tiro’ em arco passou ligeiramente ao lado do poste direito de André Moreira.

Do lado dos visitantes, que se resignaram a uma estratégia de contenção e saída rápida em contra-ataque, sempre bem anulada pela linha defensiva rioavista, o pouco que se viu foi de Miguel Cardoso, com um remate ao lado aos 42 minutos.

Na segunda parte, o treinador do Rio Ave FC promoveu a entrada de Pedro Amaral, Júnior Brandão e Anderson, tentando baralhar a muralha lisboeta, e aos 64 minutos esteve pertíssimo de inaugurar o marcador. Cruzamento certeiro de Carlos Mané para um mergulho de Gelson Dala. O cabeceamento do avançado angolano bateu com estrondo no poste.

O próprio Mané tentou o golo aos 68’ num lance individual. Ultrapassou quatro defesas contrários mas depois não conseguiu imprimir força ao remate de pé esquerdo que morreu nas mãos do guardião forasteiro.

Com o Rio Ave FC projectado no ataque, tentou o Belenenses assustar na transição e fê-lo, de facto, por um par de vezes. A mais imponente aconteceu aos 85’, quando Kieszek negou o golo a Esgaio com defesa estrondosa.

Nulo no marcador em jogo que pareceu atado, desde logo, após a expulsão de Kritciuk. A certeza de que um jogo nem sempre fica mais fácil quando uma equipa joga contra 10, sobretudo se do outro lado houver a tendência natural de retranca. Tornou a tarefa mais difícil, encurtou espaços, fechou o corredor central e o Rio Ave FC não conseguiu contrariar com eficácia esta barreira.

O empate mantém o Rio Ave FC no 9º lugar da tabela, agora com 27 pontos, menos 3 que o Moreirense (8º) e menos 5 que o Santa Clara (7º).

Na próxima jornada, que se realiza apenas em Abril, os rioavistas recebem o Gil Vicente.

Jogo no Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde
Árbitro: Gustavo Correia
Acção disciplinar: cartão amarelo a Toni Borevkovic (16), Pedro Amaral (66) e Santos (87). Cartão vermelho directo a Kritciuk (4).

Rio Ave FC 0
Pawel Kieszek, Costinha, Toni Borevkovic, Santos, Sávio, Filipe Augusto, Pelé, Francisco Geraldes, Rafael Camacho, Carlos Mané e Gelson Dala
Substituições: Costinha por Meshino (40), Sávio por Pedro Amaral (Intervalo), Rafael Camacho por Júnior Brandão (69) e Meshino por Anderson (74).
Suplentes não utilizados: Leo Vieira, Nelson Monte, Tarantini, Guga e Ronan.
Treinador: Miguel Cardoso

Belenenses SAD 0
Kritciuk, Diogo Calila, Tomás Ribeiro, Varela, Miguel Cardoso, Tiago Esgaio, Yaya, Taira, Henrique, Sousa e Gonçalo Silva
Substituições: Varela por André Moreira (5), Sousa por Ramires (76) e Miguel Cardoso por Cassierra (90+2).
Suplentes não utilizados: Danny, Jordan, Francisco Teixeira, Chima, César e Dieguinho.
Treinador: Petit