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Estádio do Rio Ave Futebol Clube
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Rio Ave Store Estádio
Morada:
Rua D.Sancho I – Estádio do Rio Ave Futebol Clube
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9h30 às 12h30 e das 15h às 19h (terça feira a sexta feira)
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“Lizarda” celebra 100 anos de vida

Hoje é dia de festa, é dia de celebração. Lizarda nasceu há 100 anos.

António Fernandes da Silva, “Lizarda”, nasceu a 28 Fevereiro de 1916 , na rua de Santana, em Azurara. Ex-atleta do Rio Ave FC, histórico (e dizem os que se recordam que era um jogador de primeira qualidade, estupendo).

Lizarda faz parte da História do Rio Ave FC, aliás a nossa História quase se confunde com as raízes de Lizarda. É preciso recuar até à primeira equipa do Rio Ave que venceu o Campeonato Promocionário na temporada 1941 – 1942. O Campeonato da Promoção, ou Promocionário, era a divisão mais baixa dos distritais.

Recuperamos a conversa que tivemos com Lizarda e a sua história, aquando celebrou os 97 anos:

«Lizarda», alcunha que ganhou por ter trabalhado numa mercearia denominada «Casa Lizarda», começou a jogar futebol aos 15 anos no Ramaldense. Mais tarde foi funcionário municipal em Vila do Conde, passando a representar o Rio Ave aos 23 anos após ter jogado no Azurarense, clube da terra natal, que ajudou a fundar.

A sua transferência esteve envolta em polémica porque a anterior equipa (Ramaldense) só aceitou a transferência após o pagamento de uma verba de 250$00 (inicialmente pediam 500$00) que foi conseguida através de donativos de associados e simpatizantes do Rio Ave.

Foi extremo direito terminando a carreira aos 37 anos devido a uma lesão, tendo mais tarde jogado pelas “velhas glórias” até aos 61 anos.

“Lembro-me muito bem de quando cheguei ao Rio Ave, aquilo estava muito fraco”, desabafou.

Apesar da idade avançada António Fernandes da Silva, também conhecido por «Bijá», recorda com grande nostalgia algumas histórias do tempo de futebolista.

“Quando ficámos campeões, dei uma bofetada num adversário. Foi na final que nós tínhamos de ganhar para ficarmos campeões, o jogador insultou-me por eu não lhe ter permitido marcar um golo. Ele era o melhor jogador do campeonato, isolou-se após um pontapé do guarda-redes e eu, como estava a jogar a defesa central nesse jogo, agarrei-me a ele à entrada da área para não se isolar e fazer golo. Então ele colocou as mãos na cabeça e virou-se para os colegas a insultar-me dizendo que eu lhe roubei o golo”.

O Rio Ave acabaria por vencer o jogo por 1-0 com o golo a ser apontado por «Lizarda», que alinhou nessa partida com uma braçadeira negra em homenagem ao seu pai que tinha falecido há oito dias.

“A direção do Rio Ave foi a minha casa pedir-me para eu jogar e a minha mãe disse-lhes que a decisão de jogar era minha”, recordou.

«Lizarda» garante-nos que jamais esquecerá os tempos que viveu enquanto foi jogador do clube do seu coração.

“Eu jogava com alma e com gosto, tenho muitas saudades desse tempo. Não ganhava dinheiro nenhum, tinha era gratificações oferecidas por pessoas de fora, era a assistência que me dava dinheiro. Uma vez deram-me uma nota de cem escudos”, rematou.

Já lá vão 3 anos depois desta conversa e deste recuperar de memórias de Lizarda. Memórias que continuam tão vivas e marcantes, quer na vida do nosso Lizarda, quer na vida do Clube.

FELIZ ANIVERSÁRIO SR. CENTENÁRIO LIZARDA!!!

O Rio Ave FC esteve presente na festa de aniversário, representado pelo presidente António Silva Campos e o vice-presidente José António.
Foi ofertada uma camisola com o nº 100 e o nome Lizarda. Foi também proposto um novo contrato ao Sr. “Lizarda” pelo Rio Ave FC, que aceitou dizendo que “até ía de graça”. Uma contratação vitalicia de alguém que faz parte da História do Rio Ave FC e que continua a ser uma referência.
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