Ninguém disse que seria fácil

A Liga Portugal Sabseg é o campeonato mais competitivo do nosso futebol, sempre o dissemos, e dias como o de hoje também o demonstram. Desde cedo que este grupo de trabalho tem interiorizada a missão de encarar cada jogo como uma final, com os pés na terra e sabendo que a maratona terá momentos bons e menos bons.

Hoje foi um desses momentos menos bons, também porque, do outro lado, esteve uma equipa que conseguiu transportar mais a sua ideia para dentro do relvado, que se impôs com intensidade (provam-no as 15 faltas que fez só no primeiro tempo) e que detém a melhor defesa do campeonato (apenas 3 sofridos nas primeiras 6 jornadas).

Em jogo estava a liderança do campeonato, entre 1º e 2º classificado da prova, separados por apenas 1 ponto.

Melhor entrada do Feirense, com o adiantar no marcador aos 19 minutos. Vargas recebeu na esquerda, tirou Zimbabwe do caminho da baliza e atirou cruzado e a contar para o 0-1.

Respondeu o Rio Ave FC com um cruzamento de Gabrielzinho para o coração da área onde Zé Manuel abordou de carrinho mas sem conseguir um desvio certeiro.

Contas mais difíceis para os rioavistas aos 35 minutos, com Vargas a bisar de cabeça na resposta a um cruzamento profícuo de Fábio Espinho ao primeiro poste.

Procurou Luís Freire agitar as águas ao intervalo, colocando Rúben Gonçalves e Aziz em campo. O Rio Ave FC elevou os níveis de agressividade sobre o adversário, apoderou-se de mais bola na metade contrária do terreno mas o melhor que conseguiu foi uma arrancada de Rúben, pela esquerda, que terminou com Pedro Mendes a rematar contra um defesa visitante.

À passagem do minuto 72, momento quente do jogo, com um cruzamento de Ukra a ser desviado pelo braço de Ícaro, na grande área forasteira. Entendeu a equipa de arbitragem que não havia motivos para grande penalidade, apesar das imagens da transmissão televisiva nos mostrarem o contrário.

A missão verde e branca de procurar um resultado favorável ficou mais difícil aos 76’ quando Santos viu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho por derrubar avançado pelas costas. Inferioridade numérica que acabou por abrir brechas na defesa rioavista e permitir ao Feirense dilatar a vantagem para números que se transformaram numa vitória forasteira demasiado volumosa para o que foi a partida. Jorge Teixeira e Jardel fizeram, aos 87 e 90, respectivamente, o 0-4 final.

Bonito, e bastante simbólico, o momento pós-jogo em que os adeptos do Rio Ave FC, já depois da ‘roda’ liderada pelo mister Luís Freire, em pleno relvado, se uniram num aplauso à equipa, compreendendo um dia menos bom e levando os jogadores a encarar com confiança a reacção à primeira derrota da temporada.

O Rio Ave FC volta a jogar já na quarta-feira, em casa, frente ao Santa Clara, jogo referente à fase de grupos da Allianz Cup.

Jogo no Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde
Assistência: 909 espectadores
Árbitro: Ricardo Baixinho
Ao intervalo: 0-2
Marcadores: Vargas (19 e 35), Jorge Teixeira (86) e Jardel (90).
Acção disciplinar: cartão amarelo a Brígido (41), Santos (53 e 76), João Pinto (66), Pedro Amaral (72) e Zimbabwe (74). Cartão vermelho, por acumulação de amarelos, a Santos (76).

Rio Ave FC 0
Jhonatan, Costinha, Santos, Hugo Gomes, Pedro Amaral, Zimbabwe, Guga, Joca, Gabrielzinho, Zé Manuel e Pedro Mendes
Substituições: Joca por Ruben Gonçalves (Intervalo), Zimbabwe por Aziz (46), Costinha por Syllah (64), Zé Manuel por Ukra (64) e Guga por Ângelo Meneses (90+1).
Suplentes não utilizados: Leo Vieira, João Graça, Nuno Namora e Fábio Ronaldo.
Treinador: Luís Freire

CD Feirense 4
Arthur, Diga, João Pinto, Ícaro Silva, Washington, Fábio Espinho, Vargas, Zé Ricardo, Samuel Teles, Latyr e Bruno
Substituições: Bruno por Cláudio (Intervalo), Samuel Teles por João Paulo (60), Vargas por Jorge Teixera (60), Fábio Espinho por Jardel (75) e João Pinto por Manu (75).
Suplentes não utilizados: Brígido, Steven, André Rodrigues e Tiago Dias.
Treinador: Rui Ferreira